quarta-feira, 25 de julho de 2012

Na Garagem

Sou de um tempo em que dançar era muito bom.
Tão bom que a gente passava horas se arrumando para geralmente ir a um bailinho de garagem. Que nada mais era que um baile improvisado na garagem de algum amigo de escola.
Tempo de adolescente em que só  precisava se preocupar em passar de ano e qual vestido usar no bailinho.
Primeiro etapa era se arrumar junto com as amigas e trocar confidências, quem era o menino que a gente queria dançar, se não fosse o que  faríamos, não podia dar tábua, gíria para não aceitar uma dança. Depois era a ansiedade para chegar no baile, olhar geral, ver quem estava lá, e se enturmar.
Mas quando começava a música lenta, era uma mistura de frio no estômago, arrepio na espinha e a esperança que o menino paquerado tirasse a gente para dançar.
Ah! e se fosse ele, que delícia, as pernas ficavam bambas, o coração disparava, e começava a dança, a gente não sabia se conversava, se ficava calada, e corpo ficava colado, dava para sentir o coração da outra pessoa, e quando era a pessoa certa, o tempo parecia parar, os outros desapareciam ao redor e a cada música o coração ia se acalmando, as pernas voltavam a se firmar e a única coisa que se queria é que a música não terminasse jamais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário