quinta-feira, 19 de julho de 2012

Cântico dos Cânticos

Eis que és mui bela, 
ó enamorada minha,
eis que és mui bela,
os teus olhos são como os das pombas.
Levanta-te,
enamorada minha,
minha bela,
e vem.
Porque eis que passou o inverno:
a chuva cessou e se foi.
Aparecem as flores na terra,
o tempo de cantar chegou,
e ouviu-se a voz do passarinho em nossa terra.
A figueira já deu os seus figuinhos,
e as vides em flor exalam o seu aroma.
Levanta-te,
enamorada minha,
minha bela,
e vem.
Pomba minha,
nos retiros do rochedo,
no esconderijo do caminho escarpado,
mostra-me o teu rosto,
deixa-me ouvir a tua voz,
porque a tua voz é doce,
e a tua face linda.
Os teus lábios são como um fio de escarlata,
e o teu falar é doce;
as tuas faces,
como romã partida,
brilham através do véu.
Tu és inteiramente bela,
enamorada minha,
e não há defeito em ti.
Tu és bela,
ó amada minha,
como a Cidade Agradável,
linda como Jerusalém,
formidável como companhias ajuntadas em volta de estandartes.
Desvia de mim os teus olhos,
porque eles me perturbam.
Os teus cabelos são como a perfeita natureza em Gileade.
Quem é esta que está olhando para baixo como a alva,
bela como a lua cheia,
pura como o Sol brilhante,
magnífica como um conglomerado de estrelas?
Põe-me como selo sobre o teu coração,
como selo sobre o teu braço,
Porque o amor é tão forte como a morte,
a insistência em amar intensamente irredutível como a sepultura;
as suas brasas são brasas de fogo,
labaredas do Senhor.
As muitas águas não poderiam apagar esse amor,
nem os rios afogá-los;
ainda que alguém desse todos os bens de sua casa por um amor como esse,
não conseguiria.

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