quinta-feira, 31 de maio de 2012

Um homem que morreu de amor

                                    Antôno Maria





Homem de muitas atividades, Antônio Maria foi também produtor e diretor de shows e programas de televisão. Por conta da boemia, sempre trocava o dia pela noite, mas dava conta de tudo. Teve época em que fazia, simultaneamente, três programas semanais na Rádio Mayrink Veiga, um programa na Rádio Nacional, uma crônica para a revista Manchete, uma para O Globo e seis para o Diário Carioca e, de quebra, ainda arrumava tempo para compor. 

Nos últimos meses de vida, já doente do coração e um pouco afastado das madrugadas, montou com Ivan Lessa, no Rio de Janeiro, um escritório de produções para TV. Do seu primeiro casamento (com a pernambucana Maria Gonçalves Ferreira), teve dois filhos: Maria Rita e Antônio Maria Filho. E, como todo boêmio, amou muitas mulheres. Segundo José Aparecido, a última grande paixão de Antônio Maria foi Danusa Leão, que ele roubou do proprietário do jornal Última Hora, Samuel Wainer, e por isso foi demitido, passando cinco meses desempregado. 

Quando conseguiu um novo emprego, a primeira crônica que Maria escreveu tinha o título "O bom caráter" e começava assim: "Aqueles que dizem que mulher de amigo meu pra mim é homem estão enganados; porque mulher de amigo meu é mulher mesmo." 

Quando sofreu o enfarte, Antônio Maria já estava separado de Danusa Leão. E José Aparecido, que seis meses antes havia dividido um apartamento com o cronista, depois contaria: "Estávamos numa situação muito difícil. Eu, cassado e o Antônio Maria vivendo a sua mais profunda crise sentimental. Foi o único homem que vi morrer de amor. 



                                         Frases



"No Brasil, a gente só fala mal de quem não conhece. Conhecendo, fica amigo." 

"Toda mulher, após trinta dias de felicidade sente fome e sede de desgraça. Só não irá embora se não tiver condução." 

"Para esquecer uma mulher, é preciso gostar imediatamente de outra, embora seja impossível gostar de outra enquanto não se esquece uma mulher." 

"A única vantagem de viver com uma mulher é a mulher mesmo. Aponte outra!" 

"Como deve ser triste a vida dos homens que têm mulheres de tarde, em apartamentos de chaves emprestadas, com lençóis dos outros!" 

"Qualquer governo forte, que procure governar sem oposição e sem crítica, enveredará, fatalmente, na violência, cometerá ímpetos que abreviará sua queda." 

"É preciso criar uma polícia que saiba prender, que se contente em prender." 

"O suicídio só seria solução se a gente não morresse. Mas geralmente, quem se suicida, morre." 

"As pessoas que completam bodas de prata e ouro são doentes." 

"Só há uma vantagem na solidão: poder ir ao banheiro com a porta aberta." 

"Qualquer dia eu vou morrer é assim mesmo, num bar." 


"Se você me encontrar dormindo, deixe; morto, acorde." único homem que vi morrer de amor.

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