quinta-feira, 1 de março de 2012

Nos trilhos do trem


Companhia Estrada de Ferro Sorocabana foi criada em 2 de fevereiro de 1870 por empresários sorocabanos liderados pelo comerciante de algodão Luís Mateus Maylasky, cidadão austro-húngaro, com um capital inicial de 1 200 contos de réis, posteriormente elevado para 4 mil contos. Maylasky obteve da então província de São Paulo uma garantia de juros de 7% ao ano sobre o capital que fosse investido na ferrovia.
O primeiro trecho da ferrovia foi inaugurado em 10 de julho de 1875 e era formado por uma única linha, em bitola métrica, entre São Pauloe a fábrica de ferro de Ipanema, passando por Sorocaba.
Inicialmente concebida para transportar as safras de algodão, as receitas geradas pelo transporte desse produto logo se revelaram insuficientes, levando a ferrovia a enfrentar sérias dificuldades financeiras. Em assembléia geral realizada no dia 15 de maio de 1880 Luís Mateus Maylasky foi demitido e substituído por Francisco de Paula Mayrink, que acusou seu predescessor de gestão ilegal, malversação de fundos e inclusive de desfalque.
Mayrink, convencido que o sucesso da ferrovia estava condicionado ao transporte do café, expande seus trilhos na direção de Botucatu, para atingir regiões cafeeiras indo até Assis, onde se localizavam as oficinas da ferrovia, tornando-se uma das principais cidades do interior paulista.

Nas minha mais remotas lembranças estão as viagens de trem que fiz com minha familia entre os anos 60 e 70, pela antiga Sorocabana.
Primeiro a Estação era a Júlio Prestes, de onde saiam os trens de passageiros para interior paulista, o prédio era lindo,  enorme, com detalhes de colunas que para mim pareciam enormes, os vitrais, deixava a gente enebriado e ao mesmo tempo com medo de se perder no meio dela, ainda mais que a minha mãe dizia para a gente ter cuidado com o homem do saco, não falar com estranhos e não comer nada que te oferecessem.. Essas viagens eram feitas nas férias escolares, pois viemos morar em São Paulo em 64 e meus avós, tios enfim toda a família tinha ficado na pequena cidade do interior chamada Santa Cruz do Rio Pardo, e era para lá que íamos passar as férias. Éramos eu, meus dois irmão, minha mãe e ,meu pai. A viagem era longa, mas era uma mistura de encantamento com as paisagens verdes intermináveis,  pastagens com vacas, bois, cabras, e ao mesmo tempo um enjôo pelo balanço do trem. Quando a viagem era à noite era muito bom, geralmente íamos no carro leito, era um espaço pequeno , mas tinha banheiro próprio, um beliche e poltrona, para nós era um luxo. O restaurante era tão gostoso, você podia fazer um lanche e beber um refrigerante olhando pela janela a paisagem. As lembranças desse tempo são tão boas, que é uma pena que eu ainda não tenha ido a sala Juilo Prestes, só para olhar a arquitetura e lembrar dos tempos em que frequentei o lugar como passageira dos trens.

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